Em 1994, quase 1 milhão de pessoas foram assassinadas em pouco menos de 4 meses, no genocídio de Ruanda, na África. A mídia só começou a dar notícias quando não havia mais massacre, mostrando os campos de refugiados em países vizinhos. A comunidade internacional assistiu impassível e está fazendo mea culpa até hoje. Na ocasião, a ONU foi acusada de negligência ao mandar forças de paz em contingente limitado, e muitos afirmam que ela só estava lá para salvar os estrangeiros não-africanos.
Pouco menos de uma década depois, estourou um conflito em Darfur, região do Sudão, também na África. Rebeldes começaram a atacar prédios governamentais e o governo iniciou dura retaliação, financiando uma milícia árabe que passou a aterrorizar os moradores da região. Este conflito já dura quatro anos e o número estimado de mortes supera os 400 mil. Cerca de 3,5 milhões de pessoas deixaram a região, vivendo em campos de refugiados. O mundo não fecha os olhos desta vez, mas também não faz muito para ajudar.
A mídia fala todos os dias sobre o número de mortos no Iraque, desde a sua invasão em 2003, e sobre as mortes no Oriente Médio em geral (Síria, Israel/Palestina, Líbano). Sobre Darfur, temos sorte se algo for publicado de 15 em 15 dias.
Intervenções
Os Estados Unidos não pretendem se envolver diretamente na África depois da situação na Somália em 1993, e se contentam apenas em cortar relações com o governo sudanês. O mesmo governo sudanês rejeita qualquer ajuda externa e diz que irá resolver a situação sozinho. A China tem sido cobrada a intervir, mas ainda não o fez porque é a principal importadora do petróleo sudanês e tem medo do governo de Cartum cortar esta relação.
Na última segunda-feira, o recém eleito presidente da França Nicolas Sarkozy chefiou uma Conferência Internacional em Paris sobre Darfur, com a presença da Secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, e de representantes da Liga Árabe. Foi discutido o envio de tropas de paz da ONU.
O Sudão não foi convidado para a conferência e a União Africana recusou-se a participar, alegando que essa conferência quer apenas “chamar atenção”. Será que Sarkozy quer apenas parecer solidário e interessado para ganhar pontos com sua população e a comunidade internacional, ou realmente alguém fará algo logo?
A mídia fala todos os dias sobre o número de mortos no Iraque, desde a sua invasão em 2003, e sobre as mortes no Oriente Médio em geral (Síria, Israel/Palestina, Líbano). Sobre Darfur, temos sorte se algo for publicado de 15 em 15 dias.
Intervenções
Os Estados Unidos não pretendem se envolver diretamente na África depois da situação na Somália em 1993, e se contentam apenas em cortar relações com o governo sudanês. O mesmo governo sudanês rejeita qualquer ajuda externa e diz que irá resolver a situação sozinho. A China tem sido cobrada a intervir, mas ainda não o fez porque é a principal importadora do petróleo sudanês e tem medo do governo de Cartum cortar esta relação.
Na última segunda-feira, o recém eleito presidente da França Nicolas Sarkozy chefiou uma Conferência Internacional em Paris sobre Darfur, com a presença da Secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, e de representantes da Liga Árabe. Foi discutido o envio de tropas de paz da ONU.
O Sudão não foi convidado para a conferência e a União Africana recusou-se a participar, alegando que essa conferência quer apenas “chamar atenção”. Será que Sarkozy quer apenas parecer solidário e interessado para ganhar pontos com sua população e a comunidade internacional, ou realmente alguém fará algo logo?
Enquanto todos discutem o que fazer, temos um genocídio em curso.
Paulo Gomes