segunda-feira, 4 de junho de 2007

A polêmica do aborto

Quinta feira passada (31/05), o Grupo Sardinha em Lata nos apresentou um mini seminário questionando o aborto. Levando em consideração a apresentação, gostaria de comentar a entrevista da Diretora para o hemisfério ocidental da Federação de Planejamento Familiar Carmem Barroso, autora do relatório “Morte e Negação: Abortamento Inseguro e Pobreza”, para o Jornal Folha de São Paulo, na qual defende uma estratégia ousada para reduzir a mortalidade materna decorrente dos abortos malfeitos.

Carmem considera mais sensato oferecer informações para as mulheres que querem abortar, como a possibilidade de levar a gravidez até o fim e entregar o filho para adoção, sobre os riscos do aborto e, até, como tomar o Citotec, droga utilizada para a interrupção da gestação (A entidade BemFam pretende começar o programa de redução de danos nos hospitais de Campinas, o que está sendo investigado pelo Ministério Público, já que o aborto no Brasil só é permitido legalmente em casos de estupros ou de risco de morte para a mãe).

No decorrer da entrevista, Carmem comenta sobre a atitude dos médicos no Uruguai, onde o aborto também não é legalizado: Se uma mulher uruguaia quiser realizar um aborto, ela vai até o hospital, onde uma série de exames é realizada para confirmar a gravidez. O médico informa sobre os riscos do aborto, mas também informa tudo sobre como tomar o Citotec (quanto e como tomar, efeitos colaterais, etc...). O médico não dá o remédio à paciente (ela mesma tem que comprar, já que o aborto é ilegal), mas dá todas as informações, o que, convenhamos, se torna bem contraditório. A desculpa é a de que existe um consenso no qual todos gostariam que existissem menos abortos inseguros, mas de qualquer forma,é um tipo de incitação ao crime.


Ludmilla Pazian

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